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Como o tarifaço dos EUA pode afetar o marketing digital no Brasil — e o que fazer a respeito

  • Foto do escritor: Luciano Frascetto
    Luciano Frascetto
  • 21 de jul.
  • 4 min de leitura
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A política externa pode parecer distante das campanhas de tráfego pago, dos algoritmos do Instagram ou das estratégias de inbound marketing, mas a verdade é que qualquer abalo no cenário econômico global repercute — e muito — no marketing digital.


A recente imposição de tarifas adicionais por Donald Trump sobre produtos brasileiros, principalmente do agronegócio e da indústria de base, acende um sinal de alerta não apenas para exportadores, mas para todo o ecossistema de negócios, inclusive o digital.


Se o cenário evoluir para uma guerra comercial mais ampla ou um esfriamento nas relações comerciais entre Brasil e EUA, as consequências podem chegar com força ao setor. Entenda neste artigo como isso impacta o marketing digital — direta e indiretamente — e o que sua empresa pode fazer para se preparar.


Os impactos do tarifaço americano no marketing digital brasileiro


Embora, a princípio, o tarifaço afete commodities e produtos físicos, suas consequências econômicas e cambiais têm efeito dominó em diversos setores, inclusive o digital. Veja os principais pontos de atenção:


🎯 1. Aumento de custos com plataformas e ferramentas em dólar

A maior parte das ferramentas essenciais para profissionais de marketing digital são americanas e cobradas em dólar: Google Ads, Meta Ads, HubSpot, Semrush, ActiveCampaign, entre muitas outras.

  • Com o real desvalorizado por causa da fuga de capital ou instabilidade gerada pelo tarifaço, o custo dessas ferramentas tende a subir.

  • Esse aumento pressiona o orçamento de freelancers, agências, e-commerces e empresas que dependem dessas plataformas para gerar resultados.


📦 2. Impacto indireto no e-commerce e em anunciantes

Se exportadores brasileiros perderem competitividade nos EUA, haverá queda nas receitas — o que pode levar à redução dos investimentos em publicidade e tecnologia.

  • Por outro lado, se o Brasil retaliar com tarifas sobre produtos americanos, importadores e marketplaces que vendem itens importados também podem reduzir o investimento em mídia digital.

  • Isso pode afetar o ecossistema como um todo, diminuindo a demanda por tráfego pago e conteúdo promocional.


💰 3. Mudança no comportamento do consumidor

Crises econômicas costumam provocar inflação e retração no consumo. Se o brasileiro passa a gastar menos, as empresas:

  • Reduzem ou redirecionam seus investimentos em marketing digital para campanhas de performance e conversão direta.

  • Focam em estratégias mais agressivas para garantir ROI rápido.


🛰️ 4. Risco (ainda que pequeno) à infraestrutura digital

Boa parte da infraestrutura digital usada no Brasil está sediada nos EUA: servidores, plataformas de automação, e-mail marketing e analytics.

  • Em um cenário de deterioração diplomática mais grave, eventuais sanções tecnológicas poderiam afetar o acesso a essas ferramentas.

  • Apesar de improvável, esse risco estratégico exige atenção e planos de contingência.


🏷️ 5. Oportunidades com o reposicionamento estratégico

Toda crise gera oportunidades. Marcas que explorarem o sentimento de identidade nacional, soberania e valorização do que é brasileiro podem ganhar relevância.

  • Campanhas patrióticas e de produção nacional têm apelo emocional forte.

  • Esse tipo de narrativa já se provou eficaz em outros momentos de tensão comercial, como nas guerras tarifárias entre EUA e China.


O que sua empresa pode fazer? Um plano de ação estratégico para o marketing digital


Diante desse cenário, o mais importante é agir com estratégia, criatividade e agilidade. Abaixo, um plano de ação adaptado à instabilidade econômica e comercial atual — útil para agências, empresas, e-commerces e até profissionais autônomos:


✅ 1. Reforce o posicionamento da sua marca

Objetivo: Conectar sua marca ao momento atual, despertando identificação com o público.

Ações:

  • Crie campanhas com valores como resiliência, nacionalismo e confiança no Brasil.

  • Valorize parceiros, fornecedores e cultura local nos seus conteúdos.

  • Use gatilhos de pertencimento: “compre de quem é daqui”, “feito no Brasil”, “apoie a economia local”.


💰 2. Reduza a dependência de ferramentas em dólar

Objetivo: Minimizar impactos do câmbio nos seus custos operacionais.

Ações:

  • Migre para ferramentas nacionais ou open-source, quando possível (ex: RD Station, MailerLite).

  • Antecipe-se a reajustes negociando planos anuais com preço fixo.

  • Monte uma planilha de simulação de variação cambial para ter visibilidade do impacto no orçamento.


🛒 3. Foque em performance e vendas diretas

Objetivo: Garantir retorno financeiro mesmo em tempos de retração.

Ações:

  • Invista mais em campanhas de fundo de funil: conversão direta, leads e vendas imediatas.

  • Trabalhe ofertas com gatilhos de urgência: “antes do dólar subir”, “preço congelado”, “últimos dias”.

  • Otimize canais de maior ROI, como Google Ads e Meta Ads com remarketing dinâmico.


📱 4. Produza conteúdo inteligente e emocional

Objetivo: Manter o relacionamento mesmo com menor consumo.

Ações:

  • Invista em reels, vídeos curtos, lives e séries educativas sobre economia, marketing e comportamento do consumidor.

  • Use temas como “como gastar menos, sem perder qualidade”, ou “dicas para driblar a crise”.

  • Fortaleça o e-mail marketing e o conteúdo de retenção, reduzindo a dependência de anúncios pagos.


📦 5. Fortaleça seu funil de vendas e o CRM

Objetivo: Gerar mais valor e retorno por lead captado.

Ações:

  • Implemente automação de marketing com jornadas completas de e-mail ou WhatsApp.

  • Reduza perdas por falhas de atendimento e melhore integração entre marketing e vendas.

  • Use ferramentas de CRM e inteligência de dados para nutrir e converter leads com mais eficiência.


🔍 6. Monitore o cenário e adapte-se rápido

Objetivo: Antecipar mudanças e se ajustar com agilidade.

Ações:

  • Acompanhe semanalmente os indicadores econômicos: dólar, inflação, exportações.

  • Faça reuniões regulares para revisar KPIs de campanhas e ajustar ofertas e canais rapidamente.

  • Tenha planos de contingência prontos para aumentos de custo, quedas de receita ou escassez de produtos.


📈 7. Explore novos públicos e canais

Objetivo: Diversificar audiência e reduzir a dependência de um único mercado.

Ações:

  • Teste novos nichos e segmentos menos impactados pela crise.

  • Amplie sua atuação em canais alternativos como TikTok, Pinterest e YouTube Shorts.

  • Invista em SEO e conteúdo evergreen, que continua gerando tráfego mesmo com baixo investimento.


Conclusão: marketing digital é resiliência em ação


Embora o tarifaço de Trump tenha como alvo o agronegócio e a indústria, seus efeitos colaterais podem respingar fortemente no marketing digital. Desde a alta do dólar até a retração do consumo, passando pela mudança de comportamento dos anunciantes, o impacto pode ser real.


Mas o marketing digital, ao mesmo tempo que é sensível às crises, também é uma ferramenta poderosa para superá-las. Com foco, criatividade e planejamento estratégico, é possível:

  • Controlar custos operacionais;

  • Ajustar campanhas ao momento emocional do consumidor;

  • Manter resultados positivos mesmo em tempos turbulentos.


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